
Por trás do glamour e do otimismo do Vale do Silício, uma realidade paradoxal e preocupante se esconde. Enquanto os chefões da tecnologia e fundadores de empresas bilionárias promovem a inteligência artificial como a salvação da humanidade, muitos deles estão secretamente se preparando para o pior. Longe dos holofotes, esses visionários investem em abrigos subterrâneos e planos de fuga, revelando um lado obscuro de suas próprias criações: o medo de que a IA, um dia, possa se tornar uma ameaça existencial.
Essa cultura do “prepping” ou “survivalismo” entre os ultra-ricos não é apenas um hobby de excêntricos, mas um reflexo da profunda incerteza que eles mesmos ajudaram a criar. O cofundador do LinkedIn, Reid Hoffman, chegou a afirmar que a metade de seus amigos bilionários no Vale do Silício já possui um plano B de sobrevivência. Ele diz: “Eu tenho amigos que estão fazendo ‘prepping’, ‘survivalismo’… Comprando armas e iodo. A metade de meus amigos bilionários no Vale do Silício têm um plano B de sobrevivência.” Essa declaração chocante levanta a pergunta: por que aqueles que estão construindo o futuro sentem a necessidade de se proteger dele?
A resposta para essa questão talvez resida na dicotomia entre a promessa pública e a preocupação privada. Nomes como Sam Altman, CEO da OpenAI, são porta-vozes do potencial transformador da IA, mas ao mesmo tempo mantêm kits de sobrevivência prontos para uso. O próprio Altman teria um “kit do apocalipse” com armas, ouro e iodo em sua casa em São Francisco, um arsenal digno de um roteiro de filme. Outros, como o investidor Peter Thiel, já possuem bunkers em locais remotos, como a Nova Zelândia, um destino que se tornou popular entre a elite tecnológica que busca refúgios contra um colapso civilizacional.
O receio não se limita a um evento catastrófico repentino. A preocupação é mais sutil e insidiosa. Acredita-se que a IA, se não for controlada, poderia desestabilizar a sociedade de forma gradual, gerando desemprego em massa, intensificando a desinformação e, em seu cenário mais extremo, culminando em um conflito global. Essa visão de um futuro distópico, embora pareça ficção científica para a maioria, é um cenário que os próprios criadores da tecnologia levam a sério. Essa mentalidade de “pense no pior para se preparar” contrasta duramente com a imagem que as gigantes da tecnologia projetam para o público, de inovação sem limites e um futuro brilhante.